Dia primeiro de Maio, para vocês e um feriado um tanto quanto irônico… incrivelmente hoje também e um dia importante aqui em Israel: Yom Hashoah – dia do holocausto.

Preciso logo de inicio avisar-lhes que não estou no melhor dos meus humores, pra quem se emocionou em “a Vida e Bela”, chorou em “Pianista”, tremeu em “Lista de Schindler”, estudou sobre o holocausto nas escolas ou ate participou em teatros escolares, leu livros e afins, eu tenho certeza que estar aqui em Israel nesse clima e algo completamente diferente de todos esses sentimentos.
Lembre-se, esse e o estado Judeu recordando o maior massacre contra os judeus da historia. Sim, pra quem não teve ainda essa experiência, e pesado demais...

Primeiramente, como seria de se esperar de todo programa educativo judeu, tivemos ontem o tour pelo museu de Yad Vashem e uma peca de teatro retratando historias possivelmente vividas no maior campo de concentração da historia. A peca era a historia de quatro personagens presos que serviam como entretenimento para o comandante, o roteiro se desenrolava e retratavam as loucuras, alucinações e medos de cada personagem de uma forma tão viva que sentada na cadeira, eu comecei a sentir meu corpo tremer de pânico... os atores foram capazes de passar esse desespero de uma forma que eu me senti insignificante e apavorada diante daquele pesadelo.
E hoje, fui trabalhar e na escola as 9:30 as crianças da escola tinham uma apresentação em homenagem a esse dia.
Dez da manha, no horário de Jerusalém, escuta-se por todo o pais um sirene, ou melhor um som de um shofar. Nesse momento, todos se levantam e mantenham-se o silencio durante um minuto que esse shofar toca.

E o Estado de Israel esta paralisado durante um minuto inteiro. Quando digo inteiro, eu quero dizer INTEIRO. E eu vou dizer uma coisa, durante toda a minha vida estive em alguma escola e eu NUNCA vi um colégio INTEIRO em silencio durante um minuto inteiro.
Um minuto... o que passa pela cabeça de alguem durante um minuto de silencio. O que passaria pela sua cabeça durante um minuto?
O mais ironico desse minuto e o paradoxo entre a voz calada e o barulho da sirene, e um paradoxo entre a felicidade e tristeza, tristeza pelos que se perderam e felicidade pelos que sobreviveram, um paradoxo que praticamente multila a mente de perguntas e emocoes...
Meu minuto teve uma variedade de pensamentos... isso faz parte da minha historia, lembrei da minha avo, lembrei da minha infância dela me levando pra passear no zoológico, lembrei do meu pai me contando as historias da minha família, Visualizei meus pais, irmãos e amigos e fiquei pensando de como seria se eu os perdesse numa tragédia como essa.
E mais uma vez eu pergunto, no que pensaria durante esse um minuto?!